sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

DILÚVIO OU DILÚVIOS? – Quem está com a verdade? Qual é a verdade?


 




               A história de Noé e sua arca não é a única sobre dilúvios que dizimaram a humanidade. Outras civilizações apresentaram a mesma narrativa, com ligeiras modificações. Da Índia ao Canadá, as várias lendas sobre inundações trazem em comum mais que simples coincidências, revelam um mistério de estranhas e intricadas conexões.
                Até hoje foram obtidas cerca de cem narrativas sobre um dilúvio que exterminou a humanidade. A versão bíblica que aparece no Gênesis é apenas mais uma dessas versões.              
               Na versão bíblica o dilúvio de Noé foi um castigo de Deus para a humanidade pecadora. Porém, uma lenda muito antiga, a de Gilgamesh, o mais famoso patriarca babilônico, pode ter sido adaptada pelos hebreus para a versão bíblica. Trata-se de um texto que é considerado um dos textos mais antigos já preservados. O povo babilônico foi captor dos hebreus, e com isto, muito da cultura babilônica foi apreendida pelo povo de Deus.
               Nesta história, o patriarca de nome Utnapishtim, recebeu um aviso de seus deuses sobre a catástrofe em forma de dilúvio, dessa forma construiu uma embarcação que salvou sua família, alguns animais e diversos artesãos. A diferença é que a tempestade, aqui, durou somente sete dias. Nesta história também foram enviados pássaros à procura de terra firme.
               Mas, o dilúvio apresenta muito mais interpretações que possamos imaginar. As várias versões sobre este cataclismo, segundo alguns pesquisadores, não trazem apenas coincidências, já que podem ter sido originadas de uma única fonte. Como as versões dos indígenas americanos. A seguir algumas lendas identificadas pelos arqueólogos:
               a – Documentos astecas identificam Noé ora como Coxcox Tezpi, ora como Teocipactil. Semelhante ao mito mexicano, a lenda diz que Coxcox se salvou junto com sua esposa em um barco, deixando a arca então no monte Colhuacau. Há pinturas que retratam o dilúvio e que foram encontradas entre os astecas, os mistecas, zapotecas, os tlascalanos, entre outros povos indígenas.
               b – Para os maias, que deixaram registros gravados em hieróglifos transcritos para uma crônica em latim, intitulada Popol Vuh, há um relato que fala sobre um grande cataclismo e um dilúvio que teria ocorrido em uma terra considerada o “paraíso na terra”.
               c – Tribos dos Grandes Lagos, de acordo com relatos dos primeiros colonizadores da América do Norte, também contavam uma lenda que falava de uma grande inundação e de um salvador.
               d – Índios Chibichas, da Colômbia, relatam uma lenda similar em que só mudam os nomes dos deuses. Um desses deuses sustentava os céus quando um dilúvio foi ocasionado pelas águas que escorreram por um buraco aberto na superfície da terra.
               e – Para os Incas, o dilúvio teria durado 60 dias e 60 noites, 20 dias a mais do que o relatado no Velho Testamento.
               Ainda existem vários relatos espalhados pelos quatro cantos da terra, tais como:
               a – Os índios Hopi da Austrália, falam de uma época e um lugar que foi destruído por causa da violência e da corrupção, onde apenas um homem, uma mulher e um casal de cada animal foram salvos.
               b – Existe o mito védico, onde Manú, filho semi-humano dos deuses, considerado o pai da raça humana, por sua bondade foi salvo, pelo deus Vishnu, de um dilúvio. Salvo, Manú casou-se com Ida e repovoaram o mundo.
               c – A versão Hindu também dá conta de que apenas um homem foi prevenido. Construiu um navio e foi salvo da catástrofe diluviana.
               Estudiosos britânicos e alemães afirmam que a incidência em diversas culturas sobre uma lenda diluviana deve ser levada em alta consideração, pois, ao que parece, não teria sido mera coincidência. Esses mesmos arqueólogos encontraram em terras turcas e nos arredores do Monte Ararat, vestígios de madeiras que podem ser da Arca de Noé, citada na Bíblia.
               Porém, autoridades locais não permitem acesso para novas pesquisas, o que só faz aumentar a polêmica.
               Outro acadêmico, o russo Immanuel Velikovsky, divulgou registros em 1955, de fósseis que comprovariam que a terra já havia sofrido um cataclismo como o dilúvio, nos moldes do descrito nas lendas. Cardumes inteiros de peixes foram encontrados em amplas áreas com sinais de morte em estado de agonia.
               Para esse mesmo pesquisador, o cataclismo se originou quando um cometa, proveniente da região de Júpiter, teria passado rente ao planeta terra, o que teria mexido com o eixo terrestre e provocado o transbordamento de rios, mares e oceanos. Por este ângulo, “não há como falar em intervenção divina”, explicou.
               Pois bem, em história não existe somente uma verdade para um determinado fato, mas sim várias verdades (ou várias mentiras). É isso que torna a disciplina “HISTÓRIA” tão fascinante: a busca pela verdade definitiva. No caso do dilúvio, existem várias opções “da verdade”, escolha a sua. Eu fico com o pesquisador russo, pois parece ser a “hipótese” mais correta para que um evento da magnitude de um dilúvio possa ter sido presenciado por tantas civilizações, num mesmo momento. Perceba que cada versão está diretamente ligada na particularidade geográfica dessas civilizações, fato este que tem que ser levado bastante em consideração.

3 comentários:

  1. No final das contas, deve ter ocorrido um único dilúvio, interpretado de diferentes formas. Muito bom texto, parabéns! Tou seguindo!

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  2. Esse dilúvio parece mais uma parábola do que um fato histórico. Ou um mito... Coisas desse gênero...

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  3. Parabéns pelo texto!!! Estou seguindo também, já entendia sobre o assunto devido ao livro O homem em busca de Deus publicado pelas Testemunhas de Jeová, que trata em provar que todas as religiões do mundo tem sempre algo em comum e que por isso devem ser respeitadas... até indico pra quem quiser, acredito sim que o dilúvio Global tenha ocorrido e acho que as autoridades turcas deveriam parar de ser crianças e trabalhar em prol do bem histórico da humanidade... Pretendo ser historiador... Grato desde já e sempre

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